domingo, 14 de março de 2010

QUANTO VALE O QUE ALGUNS NEGAM E O QUE OUTROS AFIRMAM?

Por Reinaldo Azevedo

Vamos conversar um pouco sobre política, a natureza de alguns políticos e a obrigação do jornalismo.

As capas
Duas capas da VEJA abriram a vereda para se chegar a dois grandes mistérios da República petista: a origem da dinheirama do mensalão e a da grana que pagaria o dossiê dos aloprados. E, tudo indica, as picadas conduzem a João Vaccari Neto, amigo pessoal do presidente Lula e figura de proa do petismo. O PT, como se tornou um hábito, nega tudo. Quanto vale uma negativa do PT? Quem vai responder a essa pergunta, como veremos, é o próprio Lula. Já chego lá. Antes, outras considerações importantes.

O depoimento do corretor Lúcio Funaro à Procuradoria Geral da República é dos mais contundentes. Segundo ele, Vaccari era o homem que cuidava da corretagem junto aos fundos de pensão das estatais. O esquema, na sua versão, era de uma espantosa simplicidade: essas instituições bilionárias faziam pesados investimentos em alguns bancos, e estes repassavam uma comissão ao partido. Relata reportagem da VEJA:
Entre 2003 e 2004, os três bancos citados pelo corretor - BMG, Rural e Santos - receberam 600 milhões de reais dos fundos de pensão controlados pelo PT. Apenas os cinco fundos sob a influência do tesoureiro aplicaram 182 milhões de reais em títulos do Rural e do BMG, os principais financiadores do mensalão, em 2004. É um volume 600% maior que o do ano anterior e 1 650% maior que o de 2002, antes de o PT chegar ao governo. As investigações da polícia revelaram que os dois bancos “emprestaram” 55 milhões de reais ao PT. É o equivalente a 14,1% do que receberam em investimentos - portanto, dentro da margem de propina que Funaro acusa o partido de cobrar (entre 6% e 15%).

Os cinco fundos de pensão, no caso, são Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica), Nucleos (Nuclebrás), Petros (Petrobras) e Eletros (Eletrobrás). Juntos, têm um patrimônio de R$ 190 bilhões. (ESTE PATRIMÔNIO ALIMENTA O BANDITISMO INSTITUCIONALIZADO E A CORRUPÇÃO EDÊMICA NO NOSSO PAÍS, POR ESSA FACÇÃO CRIMINOSA DOS PETRALHAS QUE SE ENCONTRA NO PODER DA REPÚBLICA).

Das negativas
Vaccari emitiu neste sábado uma nota acusando uma espécie de conspiração contra o partido. E atacou a revista VEJA, como era de se esperar. Comentei na semana passada as formas a que o PT recorre para tentar se safar das acusações. A Carta ao Leitor da revista desta semana (ver post) trata do assunto. Os petistas dedicam menos tempo a negar as falcatruas do que a acusar uma grande armação dos adversários em conluio com a famosa “mídia”.

Como sabemos, o PT chama “mídia” àquela coisa nefasta que noticia o que o partido não gosta de ler. Já as informações que atingem seus adversários são coisas do mais refinado “jornalismo”. Na entrevista que concedeu à Folha em 2005 denunciando a existência do mensalão, o então deputado Roberto Jefferson (PTB) asseverou que havia advertido Lula sobre o esquema. O Planalto sentiu cheiro de carne queimada: era de tal sorte grave a denúncia que o imbróglio poderia resultar numa acusação de crime de responsabilidade — de que poderia decorrer o impeachment. Na versão oficial, Lula ignorava a tramóia e não se lembrava de ter sido advertido por Jefferson. Era tão inocente que, ao fazer um pronunciamento sobre o caso, orientado por Márcio Thomaz Bastos, chegou a se dizer “traído” — só não disse quem o traiu.

O PT começava a popularizar o que acabou se transformando num clichê partidário e numa blague no meio político: a frase “Eu não sabia!” Pois é… "Eu não sabia"!

A bolada do PL
Lembram-se da bolada que o PT pagou a Valdemar Costa Neto, do PL? Reproduzo trecho de uma entrevista concedida pelo próprio: “A reunião foi no apartamento do deputado Paulo Rocha. Estavam lá os seguntes bandidos: Lula, o José Alencar, o Dirceu e o Delúbio. O presidente sabia o que a gente estava negociando. O Lula sabia o que o Dirceu estava fazendo. O Lula foi lá para bater o martelo. Lula foi lá pra autorizar essa operação.” O PL queria, inicialmente, R$ 20 milhões, deixou por R$ 10 milhões, mas recebeu um pouco menos, segundo Valdemar. E o pagamento foi feito depois que Lula já era presidente. O corretor Funaro, diga-se, operou para o chefão do PL — leia a reportagem de capa na VEJA desta semana.

Na Outra capa
O super Bandido Vaccari e os outros bandidos petistas estão bastante indignados com as duas mais recentes capas da VEJA. Entendo. O partido também não gostou desta:

Trata-se da edição nº 1914, de 20 de julho de 2005. E se lia lá:
Nas últimas quatro semanas, VEJA conversou com 29 autoridades para responder à pergunta primordial do escândalo atual: Lula sabia? Lula foi avisado de que deputados aliados receberam dinheiro para aderir à base governista? Lula foi alertado de que aliados vinham embolsando uma mesada de 30.000 reais para votar a favor das propostas do governo? VEJA entrevistou quatro ministros, cinco assessores, seis senadores, doze deputados e dois governadores, sendo que todos eles tiveram contato direto ou indireto com o assunto, e chegou a uma conclusão: o presidente Lula soube mais do que admitiu oficialmente até agora. VEJA encontrou cinco episódios nos quais o presidente estava presente quando se falou do chamado mensalão. O primeiro episódio identificado por VEJA aconteceu em 25 de fevereiro do ano passado, e o portador da notícia da existência do pagamento de mesada foi o deputado Miro Teixeira, na época líder do governo na Câmara. A quinta ocasião foi a única que já veio a público com detalhes. O alerta foi dado pelo deputado Roberto Jefferson, em 23 de março passado, no gabinete de Lula no Planalto.
O levantamento sobre o que chegou aos ouvidos do presidente tem uma evidente lacuna nas diferentes versões. O deputado Roberto Jefferson, desde a sua primeira e explosiva entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, tem dito que levou a denúncia do mensalão ao presidente Lula “em duas conversas”. Na semana passada, por meio da assessoria de imprensa, o deputado confirmou a VEJA que a primeira conversa com Lula aconteceu em 5 de janeiro deste ano, no Palácio do Planalto, tendo sido testemunhada apenas pelo ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia

O Ministério Público Federal enviou 33 perguntas ao corrupto Molusco sobre o mensalão. Uma das indagações é se Jefferson o advertira ou não sobre o esquema. Segundo informou a Folha de S. Paulo, Lula finalmente admitirá que foi, sim, avisado por Jefferson. É o que assegurou a capa de VEJA há quase cinco anos. E não só por ele. No post abaixo , vocês encontrarão quadros sintetizado as outras quatro vezes em que o presidente fora “avisado”. Lula também dirá que participou daquela reunião com o PL. Mas ignorava qualquer rolo com dinheiro.

Quanto vale mesmo a negativa de um petista com a importância de Lula? Por ela, pode-se estimar o valor da negativa de um petista com a importância de Vaccari. O comportamento das estrelas do partido varia muito pouco. Quando Hamilton Lacerda, assessor pessoal de Aloizio Mercadante, foi flagrado carregando a dinheirama do dossiê dos aloprados, o que disse o senador, então candidato ao governo de São Paulo e um dos beneficiários diretos da falcatrua caso ela tivesse prosperado? “Eu não sabia!” Para quem Lacerda ligou uma hora antes de passar a bolada aos outros super bandidos do PT? Para Vaccari.

Quando se descobriu que a Casa Civil, sob o comando de Dilma Rousseff, havia preparado um “dossiê” (eles adoram essas coisas) contra FHC e sua mulher, Ruth Cardoso, os petistas seguiram a sua aborrecida rotina: 1) o dossiê não existe; 2) se existe, o governo não sabia; 3) existe, mas não é dossiê…

Na estranha lógica do petismo corrupto e selvagem, esses escândalos só vêm à luz porque estamos em ano eleitoral, e tudo não passaria de uma guerra entre governo e oposição. O juiz que rejeitou, por enquanto, a quebra do sigilo bancário de Vaccari lembrou do especial cuidado que é preciso ter em tempos assim. Claro, claro… O curioso é que esses argumentos poderiam ter protegido o bando que atuou com José Roberto Arruda no Distrito Federal, não é mesmo? A eleição, de resto, é um motivo a mais para denunciar as safadezas. O eleitor tem o direito de saber dos fatos para decidir com mais clareza. O presidente vai admitir agora o que VEJA estampou na capa há quase cinco anos? Assim são as coisas.

Lula é este cara nocivo e mal carater: está sempre fazendo história. E tornando históricas as capas da revista. A cada semana, há uma VEJA nova nas bancas e na casa dos assinantes. E, como se nota, sob certo ponto de vista, a revista não muda. E isso é fazer história e todas as semanas surgem inúmeros novos casos de bandidagens lulo-petralha-molusquiano. Isto já passou do limite suportável pelo povo brasileiro.

Só agora o primeiro bandido da República, junto com o primeiro compadre e o primeiro bigode, vão admitir que fora, sim, advertidos por Roberto Jefferson sobre a existência do mensalão. Abaixo, as cinco circunstâncias que provam que eles sabiam da existência do super esquema de bandidagem. Os quadros estão naquela edição de VEJA de julho de 2005.

3ª Oportunidade
Perguntar justamente a Paulo Rocha se ele sabia de alguma coisa não deixa de ter a sua graça. A famosa reunião do PL com o PT, em que se acertou que o partido de Lula daria uma bolada de dinheiro para o partido de Valdemar Costa Neto (ver post anterior) aconteceu na casa de… Rocha! Lula vai admitir ao Ministério Público que participou do encontro, mas vai negar que soubesse do dinheiro. Em entrevista, Costa Neto o desmentiu: “Sempre soube de tudo”.

BANCOOP – ESCRITOR DENUNCIA DESESPERO, ARROGÂNCIA, AMEAÇAS E BANDIDAGEM DO PT.
Muitas pessoas “do povo” — em nome de quem o PT diz falar — foram lesadas pelas falcatruas da Bancoop. Como era um empreendimento de um sindicato tradicional, o dos Bancários de São Paulo, muita gente que exerce a desconfiança até como obrigação profissional acabou lesada. É o caso do escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão. Leiam a carta que ele enviou à VEJA. E mais um a denunciar a tática da intimidação a que recorre a direção da cooperativa.

Minha alma foi lavada com a reportagem “A casa caiu” (10 de março), sobre a Bancoop, que me confiscou - porque foi um confisco - 100 000 reais, pagos por meio de boletos, em três anos. O apartamento que comprei não saiu do 7º piso na Rua Bela Cintra, em São Paulo. Jamais conseguimos marcar uma audiência com João Vaccari Neto; ele é de uma arrogância ímpar. Algumas reuniões dos cooperados eram desesperadoras, tristes. Havia velhos que jogaram tudo o que tinham economizado, sacaram fundo de garantia e ficaram sem nada. Continuo a receber boletos me cobrando quantia semelhante à que coloquei no saco sem fundo da Bancoop. Sou ameaçado não de despejo, mas de processo, de penhora de bens.
Ignácio de Loyola Brandão
São Paulo, SP

Comento
Bem meus prezados amigos, o PT não é um partido político e sim uma mega facção criminosa e uma super máquina de cometer crimes e todos os tipos de bandidagens possíveis, o pior com a leniência das autoridades do nosso país e até da suprema corte. Como foi o caso da liminar a favor dos PMS do DF e contra as Forças Armadas, que continuam desarmadas militares flagelados por dois dos maiores bandidos e caudilhos da história da humanidade FHC e Molusco.

2 comentários:

Cardoso Lira disse...

A MÁ SORTE DOS COOPERADOS DA BANCOOP É QUE OS DIRIGENTES DA ENTIDADE NÃO SÃO DO DEM…

A grande e terrível má sorte das vítimas da Bancoop, a cooperativa do Sindicato dos Bancários que lesou muita gente, está no fato de os dirigentes da entidade pertencerem ao PT. Os cooperados teriam melhor sorte se João Vaccari Neto e Ricardo Berzoini, duas das pessoas diretamente ligadas à barafunda, fossem membros do DEM. Aí teríamos um pandemônio! Mas não! O segundo foi presidente do PT até outro dia e é membro de destaque da burocracia partidária. Eu até o chamo de “Berzoniev”, tentando dar, assim, um sotaque soviético a seu nome, coisa bem apropriada a sua postura de burocrata cinzento.

O outro capa-preta é nada menos do que o atual tesoureiro do PT e amigo pessoal de Lula. Vaccari veio da engrenagem da CUT. Pertencia ao conselho da Usina de Itaipu. É um petista de quatro costados. Em depoimento prestado à Procuradoria Geral da República, Lúcio Funaro o acusa de ser o homem da corretagem junto aos fundos de pensão das estatais. Reportagem de capa da VEJA desta semana conta tudo.

Fossem os chefões da Bancoop membros do DEM, aí os cooperados teriam a seu lado toda a imprensa — sem exceção — e, muito provavelmente, o aparato do estado mobilizado não exatamente para atender a seus interesses, mas para pegar os adversários do PT. Indiretamente, as vítimas poderiam até ser beneficiadas.

Fossem os chefões da Bancoop membros do DEM — ou do PSDB —, e fitas e gravações provando falcatruas já teriam sido plantadas em todas as redações. E a coisa não seria um mal em si, claro: havendo safadeza, como havia no governo Arruda, é preciso mesmo botar a boca no trombone — e lembro que os pilantras do DF não estão mais no DEM. Já Berzoini e Vaccari pertencem ao núcleo duro do PT.

Fossem os chefões da Bancoop membros do DEM, setores da Polícia Federal estariam empenhados em provar as vinculações entre o esquema criminoso e a direção nacional do partido — como fazem, agora, ao investigar o caso Arruda. O governador preso já teria até redigido a sua carta acusatória… Mais um pouco, ele entra no programa de delação premiada e transforma seu cleptogoverno numa obra do DEM nacional. E não aparecerá nenhum juiz para recomendar cuidado porque, afinal, este é um ano eleitoral… Todos acreditarão que, pela primeira vez na vida, Arruda estará falando a verdade…

Fossem os chefões do Bancoop membros do DEM, e as vítimas da cooperativa já teriam sido levadas à Câmara e ao Senado para falar com os parlamentares, para protestar. Os petistas estariam desfilando com eles para cima e para baixo. Suplicy cantaria Bob Dylan e declamaria aqueles magníficos versos dos Racionais…

Muitos parlamentares da oposição gastam boa parte do seu tempo atribuindo esta ou aquela dificuldade à demora de Serra em lançar a candidatura — como se a eleição fosse amanhã. Não é. Está longe. O que está bem perto é um descalabro que colheu centenas de famílias, que, adicionalmente, ainda são vítimas da truculência da Bancoop, como atesta o escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão em carta enviada à VEJA. Não receberam seus apartamentos e ainda sofrem ameaças. Brandão é um profissional bem-sucedido, pode gritar. Mas não os outros. E, numa democracia, os parlamentares também são a voz de quem não tem voz. Acorda, tucanada! Acorda, DEM!

Cardoso Lira disse...

2010 SERÁ UM ANO DE LUTA. VAMOS LUTAR Basta um general da ativa falar, que neste País começa o ranço contra os militares a voltar com toda força; ranço este implantado por uma esquerda assassina, corrupta e sem nem um pingo de ética em suas atitudes políticas.

Militarismo é a preponderância do elemento militar em uma nação. No Brasil, em dois momentos de sua história tivemos a influência militar no campo do governo. No começo da República, quando civis ( RUI foi um deles) convenceram os militares a derrubar o Império e criar o cáos administrativo no País. Revoltas e choques de interesses pessoais quase esfacelam a Nação. E num segundo momento, em 1964, quando os líderes civis e o povo foram às ruas para reclamar dos militares que evitassem que a Nação se tornasse um país comunista. Nos dois momentos, salvou-se a Nação. No restante dos tempos, as lideranças políticas civis criavam os problemas e os militares eram chamados para encontrar soluções: 1930, 1932, 1935, 1938, 1945, 1961 - saída louca de Jânio e fuga de Jango foram momentos delicados do País e as Forças Armadas sendo o equilíbrio dentro das ambições.

Nenhum presidente militar (Deodoro, Floriano, Hermes, Dutra, Castelo, Costa Silva, Médici, Geisel e Figueiredo) saíu rico. Voltaram para as sua mesmas casas ou para casa alugada, como DUTRA. Pode ter alguém roubado, mas foi colocado para fora do governo, recebendo seu castigo.

A raiva desta esquerda, que defende DIREITOS HUMANOS, mas que matou e hoje rouba descaradamente, é ser incapaz de defender a dignidade do homem público. Chega-se ao ponto de acusar o filho do Presidente e a candidata à presidente da República de desvios não republicanos e o silêncio ser a arma de defesa. Seria importante que os envolvidos abrissem processos contra essas acusações, que podem ser levianas e prejudiciais às honras respectivas. Mas não o fazem. Temor?
Qual o militar que tem prestígio neste e noutros governos passados, de Sarney para cá? Como lembrança, podemos citar o General Leônidas Pires Gonçalves. COLLOR tinha tanta raiva dos militares que fez questão de que a apresentação dos ministros militares à imprensa fosse em traje civil.

Militarismo não existe no Brasil. No Brasil existem Forças Armadas sérias, honestas e seus componentes não se envolvem em mensalões e outros roubos mais que estão presentes nas páginas diárias dos jornais, rádios e TV do País.

Pode haver desvios, mas os culpados são punidos rigorosamente.

Ladrões há muitos nos poderes da República e nos partidos políticos. E livres, de bolso no colete, quem sabe?, fumando maconha.

ESTAMOS VIVOS! GRUPO GUARARAPES!