domingo, 26 de agosto de 2012

Marcos Valério prometeu abrir o bico caso ficasse sozinho no barco condenado ao naufrágio. Tomara que cumpra a promessa


POR AUGUSTO  NUNES

Não há esperança de salvação para Marcos Valério: condenado por corrupção ativa até pelo ministro Ricardo Lewandowski, o diretor-executivo da quadrilha do mensalão já deve ter compreendido que foi escolhido para escalar o cadafalso com o apoio dos 11 juízes do Supremo Tribunal Federal. Para os brasileiros decentes, esse unanimidade parece sonho. Para os quadrilheiros e seus comparsas, tal goleada pode transformar-se na anunciação do pesadelo: e se o vigarista que se fantasiava de publicitário resolveu abrir o bico?
Ele sabe muito mais do que descobriram a CPI dos Correios, a Polícia Federal, o Ministério Público e a imprensa. Tem mais segredos a revelar do que qualquer outro comparsa. Completou sete anos de mudez por acreditar que só o silêncio poderia livrá-lo da ruína financeira e da gaiola. Como segue desfrutando da vida de ricaço, pode-se deduzir que a primeira parte do acerto foi cumprida. A segunda começou a ser revogada no momento em que Lewandowski o condenou pelas bandidagens promovidas em parceria com Henrique Pizzolato.
A ruptura do acordo autorizará Marcos Valério a negociar em outras frentes a preservação do direito de ir e vir, sempre usando como moeda de troca informações de altíssima periculosidade. As revelações de Roberto Jefferson abalaram as fundações do governo Lula e puseram abaixo o templo das vestais que camuflava o bordel das messalinas do PT. O teor explosivo das histórias que Valério tem para contar é infinitamente maior.
Depois da primeira prisão preventiva, ele avisou mais de uma vez que, se fosse abandonado no barco a caminho do naufrágio, afundaria atirando ─ e tinha balas na agulha tanto para mensaleiros juramentados quanto para Lula. Na quarta-feira, com um recado em código, o advogado Marcelo Leonardo reiterou as ameaças do cliente: “Quero ver o que o tribunal vai decidir sobre os políticos”, disse Leonardo depois da condenação de Valério pelas maracutaias envolvendo o Banco do Brasil. O primeiro político foi inocentado no dia seguinte.
Tomara que Valério reaja ao risco do naufrágio solitário com o cumprimento da promessa. Tomara que conte tudo, do mensalão mineiro à roubalheira imensa descoberta em 2005. Tomara que não poupe nenhuma das figuras com as quais contracenou, de Eduardo Azeredo a José Dirceu, de Clésio Andrade a Lula. O tumor da corrupção impune assumiu dimensões tão perturbadoras que talvez só possa ser lancetado por um corrupto de grosso calibre. Alguém como Marcos Valério.

Um comentário:

Cardoso Lira disse...

Gen Marco Antonio Felicio da Silva



Como não reverenciar e falar de todos aqueles que por amor à Pátria brasileira, ao seu torrão natal, lutaram, desde o Brasil colônia, sacrificando conscientemente a própria vida, ao forjar a nacionalidade brasileira, combatendo e expulsando o invasor estrangeiro, conquistando a independência, mantendo uno e livre o território, pacificando a Nação e, mais recentemente, ainda de armas na mão, impedindo que ideologias externas impusessem a tirania ao Povo brasileiro.



No dia de hoje, 25 de Agosto, estamos reverenciando e falando do soldado brasileiro de qualquer tempo, de qualquer posto ou graduação.



Reverenciamos e falamos do Duque de Caxias, encarnação maior das virtudes e dos valores militares. Um brasileiro, cidadão-soldado que, dentro da servidão e grandeza dos militares, não serviu a governos, mas, acima desses, dedicou sua vida e seus talentos à Pátria e à Nação.



A liderança inata e a nobreza de caráter de Caxias, evidenciadas principalmente quando das vitórias que o consagraram, jamais permitiram que o inimigo fosse vilipendiado. Por outro lado, nas horas amargas, seus subordinados sabiam que não seriam abandonados a própria sorte. A dignidade militar estava acima de qualquer outra consideração, fosse ela qual fosse, material ou não.



Torna-se mister enfatizar, embora o Exército de hoje, apto aos diferentes tipos de combate e pleno do uso de tecnologias as mais avançadas, que a maior arma para um Chefe continua a ser o espírito do soldado que ele comanda. A liderança efetiva impõe a conquista da confiança e do respeito dos subordinados.



Hoje, neste dia, lembro que esquecer o combate vitorioso à subversão comunista e à tentativa armada de implantação de uma ditadura do proletariado no País, ainda, historicamente, recente, não honra qualquer perícia, que parece não existir na condução dos fatos atuais, bem como a firmeza que se esboroa numa tentativa de reconciliação unilateral.



Assim, são abandonados, pelo caminho, antigos camaradas combatentes, vítimas da sanha revanchista, o que vai contra a preservação das nossas mais caras tradições e enfraquece valores – alma de qualquer Exército.



Neste dia, dia do soldado, dia de Caxias, rendo minhas homenagens ao soldado brasileiro de qualquer tempo e, principalmente, a todos que combateram a violência marxista, reverenciando um cidadão-soldado, o Cel Ustra, combatente valoroso, exemplo de dignidade pessoal, engrandecido pela sua postura diante da adversidade e do abandono a que foi relegado por quem não tinha o direito de fazê-lo.