Por Reinaldo Azevedo
Sete
anos e meio depois de o escândalo do mensalão ter vindo à luz, a
investigação daquelas safadagens finalmente chega perto de Luiz Inácio
Lula da Silva, chefe inconteste do PT. Convenham: é por onde tudo
deveria ter começado. O Ministério Público decidiu investigar Lula,
tendo como base as acusações feitas
por Marcos Valério. Segundo o publicitário, que operou o esquema do
mensalão em parceria com petistas, o então presidente foi um dos
beneficiários pessoais da lambança. Leiam trecho da reportagem de Felipe Recordo e Alana Rizzo, publicada no Estadão desta quarta. Volto em seguida.
*
O Ministério Público Federal vai investigar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com base na acusação feita pelo operador do mensalão, Marcos Valério, de que o esquema também pagou despesas pessoais do petista. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu remeter o caso à primeira instância, já que o ex-presidente não tem mais foro privilegiado. Isso significa que a denúncia pode ser apurada pelo Ministério Público Federal em São Paulo, em Brasília ou em Minas Gerais.
O Ministério Público Federal vai investigar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com base na acusação feita pelo operador do mensalão, Marcos Valério, de que o esquema também pagou despesas pessoais do petista. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu remeter o caso à primeira instância, já que o ex-presidente não tem mais foro privilegiado. Isso significa que a denúncia pode ser apurada pelo Ministério Público Federal em São Paulo, em Brasília ou em Minas Gerais.
A
integrantes do MPF Gurgel tem repetido que as afirmações de Valério
precisam ser aprofundadas. A decisão de encaminhar a denúncia foi tomada
no fim de dezembro, após o encerramento do julgamento do mensalão no
Supremo Tribunal Federal (STF). Condenado a mais de 40 anos de prisão,
Valério, que até então poupava Lula, mudou a versão após o julgamento.
Ainda sob
análise do procurador-geral da República, o depoimento de Valério em
setembro do ano passado, revelado pelo Estado, e os documentos
apresentados por ele serão o ponto chave da futura investigação que,
neste caso, ficaria circunscrita ao ex-presidente.
O
procurador da República que ficar responsável pelo caso poderá chamar o
ex-presidente Lula para prestar depoimento. Marcos Valério também poderá
ser chamado para dar mais detalhes da acusação feita ao Ministério
Público em 24 de setembro, em meio ao julgamento do mensalão. Petistas
envolvidos no esquema sempre preservaram o nome de Lula desde que o
escândalo do mensalão foi descoberto, em 2005.
(…)
No depoimento de 13 páginas, Valério disse ter passado dinheiro para Lula arcar com “gastos pessoais” no início de 2003, quando o petista já havia assumido a Presidência. O empresário relatou que os recursos foram depositados na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy. Nas palavras de Valério, Godoy era uma espécie de “faz-tudo” de Lula.
(…)
No depoimento de 13 páginas, Valério disse ter passado dinheiro para Lula arcar com “gastos pessoais” no início de 2003, quando o petista já havia assumido a Presidência. O empresário relatou que os recursos foram depositados na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy. Nas palavras de Valério, Godoy era uma espécie de “faz-tudo” de Lula.
Ao
investigar o mensalão, a CPI dos Correios detectou, em 2005, um
pagamento feito pela SMPB, agência de publicidade de Valério, à empresa
de Freud. O depósito foi feito, segundo dados do sigilo quebrado pela
comissão, em 21 e janeiro de 2003, no valor de R$ 98,5 mil.
(…)
No depoimento, Valério disse que esse dinheiro tinha como destinatário o ex-presidente Lula. Ele, no entanto, não soube detalhar quais as despesas do ex-presidente foram pagas com esse dinheiro. Conforme pessoas próximas, Valério afirmou que esse pagamento ocorreu porque o governo ainda não havia descoberto a possibilidade de gastos com cartões corporativos.
(…)
No depoimento, Valério disse que esse dinheiro tinha como destinatário o ex-presidente Lula. Ele, no entanto, não soube detalhar quais as despesas do ex-presidente foram pagas com esse dinheiro. Conforme pessoas próximas, Valério afirmou que esse pagamento ocorreu porque o governo ainda não havia descoberto a possibilidade de gastos com cartões corporativos.
Gurgel
volta de férias na próxima semana e vai se debruçar sobre o assunto. A
auxiliares, o procurador já havia indicado que seria praticamente
impossível arquivar o caso sem qualquer apuração prévia. No fim do ano, a
subprocuradora Cláudia Sampaio e a procuradora Raquel Branquinho, que
colheram o depoimento de Valério, foram orientadas por Gurgel a fazer um
pente fino nas denúncias.
(…)
(…)
Voltei
A investigação vai chegar a algum lugar? Vamos ver. Ninguém, nem mesmo os petistas, acredita que uma operação daquele vulto tenha sido desfechada sem o consentimento e o estímulo do “chefe”. Segundo Valério, Lula sempre esteve no comando.
A investigação vai chegar a algum lugar? Vamos ver. Ninguém, nem mesmo os petistas, acredita que uma operação daquele vulto tenha sido desfechada sem o consentimento e o estímulo do “chefe”. Segundo Valério, Lula sempre esteve no comando.
Em meados de setembro, reportagem de capa de VEJA
trazia o conteúdo das conversas que Valério mantinha com seus
interlocutores: coincide, em grande parte, com o que conhecemos de seu
depoimento ao Ministério Público.
Desde a
reportagem de VEJA, os petistas deram início a uma verdadeira operação
de guerra para blindar o Babalorixá de Banânia. “Não ousem tocar nele!”,
gritam por aí, como se Ministério Público e Poder Judiciário existissem
para satisfazer as vontades do poderoso chefão.
O trabalho
de intimidação revelou-se, até agora, inútil. É evidente que as
acusações feitas por Valério têm de ser investigadas. O Brasil não é a
Venezuela. Não temos, não ainda, um caudilho acima da lei.
Postado pelo Lobo do Mar
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