quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O crepúsculo do Espírito de Corpo e o lupanar da alma





Por Paulo Ricardo da Rocha Paiva

A Nação em expectativa, o Exército em falência, a FAB em holocausto, a Marinha no desmanche, FFAA humilhadas, a reserva manifesta-se.

Of-gen inativos, conheço muitos, mas muitos mesmo indignados com a panacéia que armou-se pra espezinhar os militares.

Alguns deles, justiça seja feita, mais 1 ou outro cel, acho que vão morrer vociferando na imprensa.

Até 1 cap ref, oficial do "QAO", já aloprou e pôs pra fora as verdades que estão engasgadas nas gargantas dos of que passaram pelas "Agulhas Negras".

Dizem que o companheiro está maluco, mais 1 coisa ele é :


- corajoso e honesto, puro no sentimento que vai-lhe n'alma. Como ele, a maioria esmagadora da nossa oficialidade sente saudades dum Brasil que não admitia limitações de soberania e daquele grande mudo que colocava a Pátria Brasileira, quando em situação de crise/sítio acima de tudo.

Sim, porque atualmente estamos em situação de crise/sítio :

- são ministros subordinados aos ditames do "Foro de SP" fazendo sangrar as cicatrizes da Pátria mãe gentil, sacrificada na luta fratricida dos anos 60/70, quando brasileiros desavisados, postulando ideologia totalitária maligna, resolveram comunizar o País; são chanceleres e magistrados, contribuindo pra "kozovonização" do território nacional e foram os chefes de estado que assinaram tratados lesivos à soberania e segurança da Nação.

Hoje, agora, o segmento militar da sociedade está em transe.

Nenhuma FFAA vai amparar chefes de família nem suas Mulheres que passaram noites mal dormidas com seus maridos em combate às organizações subversivas...

E quantos não atenderam telefonemas na calada da noite...

Esposas, filhos chorando em casa, alarmados por comandos que reclamavam-lhes os pais pra "campanas", estouros de "aparelhos", na caça sem quartel aos assaltantes de bancos, sequestradores, bandoleiros ferozes, fanatizados por códigos que disciplinavam-lhes inclusive com quem deveriam relacionar-se intimamente em completo desalinho com os ditames da ética-moral.

Atenção, povo brasileiro!


Alerta, oh Forças Irmãs!

1 vácuo de liderança em nossas fileiras pode ser fatal!

Os of res mais graduados sabem muito bem do que estou falando.

E não adianta tampar o sol com a peneira :

- alguns "companheiros", felizmente muito poucos, não gostam quando profissionais da velha guarda reportam-se ao "no meu tempo", às militâncias dos idos passados e ao arraigado binômio "espírito de corpo/espírito militar" que pairava pelos cantões de nossos aquartelamentos e, que diga-se, está em franco crepúsculo se já não acabou.

Que não duvide-se :

- não é o material mais moderno, não são os métodos de instrução refinados, os programas revolucionários da didática contemporânea que forjam o combatente de escol.

Nada, absolutamente nada, substitui o instrutor, o cmt, o líder que olha no fundo do olho do sd, e, repassa-lhe as tradições-nobres virtudes militares que devemos cultuar-preservar.

No momento em que o EB passou a não garantir os que, de armas na mão, impediram a satelização do País por 1 potência alienígena, como havia prometido o gen ex Walter Pires, a Instituição sangrou sua mística de credibilidade.

Mas, ninguém deveria desdizê-lo como fez o outro, que disse :

- O EB não vai fazer nada!

Meu Deus, como fazem-nos falta o Duque de Caxias e o Marquês do Herval.

A partir daí, engolir desaforos, reprimendas, puxões de orelhas, passaram a ser aceitos por alguns, escudados pela justificativa dos regulamentos, 1 finta que, prestes, veste como luva pra lograr manutenção de cargos, comissões-mordomias decorrentes.

A lealdade à Pátria, o respeito pela Instituição, e, a admiração pelos subordinados que lixem-se!

Ah!

Mas, aí seria ferir a disciplina!

Ledo engano!

Ninguém a fere quando, polida e briosamente, toma-se a posição de sentido e solicita-se a exoneração da função por 1 chamamento à ordem descabido.

E, posso falar isto "de cadeira" porque aconteceu comigo.

Poucas autoridades militares chegaram a esboçar algum, que fosse, protesto de brio, procedimento que vislumbrou efêmera expectativa quanto a 1 mobilização em prol da recuperação da auto-estima que perdeu-se.

Mas, foi tudo fogo de palha.

Hoje, assim como arautos vingativos, os porta-vozes dum revanchismo pelego manifestam-se sem peias-agremiações, como os clubes militares, são tolhidas sem nenhum amparo legal, no seu direito de manifestação.

Feridas sangrando, grupos em cizânia exacerbada, País ameaçado, FFAA vergadas, desintegração territorial e social.


Cidadão brasileiro!

O loteamento de nosso chão pelos grandes predadores militares será só 1 questão de tempo...

Paulo Ricardo da Rocha Paiva é Coronel na reserva do EB.
 
Postado pelo Lobo do Mar

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