Por Cardoso Lira
O PSDB entrou nesta terça-feira com uma representação
pedindo que a Procuradoria Geral da República apresente uma ação de improbidade
administrativa contra a presidente Dilma Rousseff pelo anúncio da redução das
tarifas de luz. Os tucanos argumentam que Dilma usou a máquina pública para
atacar a oposição e, assim, antecipar sua campanha pela reeleição de 2014. Segundo
o vice-líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), em cadeia de rádio e televisão
na semana passada, Dilma deixou claro que não falava para Nação, mas a seus
eleitores.
"Ao invés de falar ao povo, ela definiu o povo como
sendo contrários a seu governo ou favoráveis", afirmou." Ela não pode
se valer da estrutura do Estado para fazer campanha antecipada. A pergunta que
não quer calar é que será que ela vai se valer da estrutura do Estado, dos
pronunciamentos, para anunciar o aumento da inflação do ano passado, do aumento
da gasolina? Não é possível fazer campanha às custas do dinheiro público",
completou.
Na ação, os tucanos alegam que o pronunciamento usou
recursos gráficos semelhantes aos aplicados na propaganda eleitoral de Dilma em
2010. "Ela deixou de usar o brasão da República para usar a logomarca do
governo. Ao invés de aparecer o nome Dilma Rousseff, enalteceu-se o nome Dilma,
justamente para enaltecer o nome que fez a campanha eleitoral, e ainda usou uma
roupa vermelha que é a cor do PT".
A declaração de Dilma foi bem recebida pelo PT, que
comemorou o tom politizado do discurso. A avaliação era que a presidente
precisava responder criticas de eventuais falhas em sua gestão para evitar
desgaste na imagem de sua gestão. Para isso, Dilma elaborou o pronunciamento
que foi retocado pelo marqueteiro João Santana. Apesar da boa avaliação nas
pesquisas de opinião pública, a presidente era alvo de ataques devido à gestão
da área de energia, ao pífio crescimento econômico, excesso de intervenção na
economia e manobras fiscais para fechar as contas.
A estratégia irritou a oposição, especialmente por terem
sido tachados como do contra, e provocou reação inclusive do senador Aécio
Neves (PSDB-MG), pré-candidato tucano ao Planalto."Na verdade, ela
confundiu governo e Nação. Uma coisa é ser contrário a alguns aspectos do governo,
isso faz parte da democracia, outra coisa é você tipificar que qualquer pessoa
que seja contrária ação de governo seja contra interesses do país", disse
Sampaio.
O deputado saiu em defesa das companhias energéticas Cesp
(São Paulo), Cemig (Minas Gerais), Copel (Paraná), controladas por governo do
PSDB, que não aderiram ao plano do governo. "O governo do PSDB sempre dá
sua contribuição no que é possível. Na energia, os governos do PSDB já tinham
feito diminuição da carga tributária, principalmente do ICMS pago pelas
empresa. Não houve um encontro de contas ao modelo da presidente Dilma",
afirmou. (Folha Poder)
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