Está
no Brasil visita uma ativista contra o regime de exceção imposto pelos
irmãos Castro da Ilha de Cuba, que vivem sob um pseudocapitalismo e
espalham o terror do autoritarismo pelo mundo comuna fascista.
Yoani Sánchez inicia no Brasil viagem internacional após anos "presa" em Cuba. Após cinco anos recebendo negativas do Governo de Cuba para
poder sair de seu país, a blogueira opositora Yoani Sánchez pôde entrar
em um avião neste domingo para empreender uma viagem internacional, que
começará pelo Brasil e só foi possível pela reforma migratória vigente
desde janeiro na ilha.
Com
o logotipo de seu famoso blog "Geração Y" impresso em sua mala de mão,
Yoani, de 37 anos, passou sem maiores problemas pelo controle migratório
do aeroporto de Havana para tomar um voo rumo ao Brasil, primeira
escala de um périplo de 80 dias que a levará a uma dezena de países da
América e da Europa.
"Isto
será como a volta ao mundo em 80 dias", brincou a filóloga cubana em
declarações a jornalistas no Aeroporto de Havana, onde chegou esta manhã
muito cedo acompanhada de um grupo de parentes e amigos.
Yoani
Sánchez, cujo olhar crítico sobre a realidade cubana foi reconhecido
com múltiplos prêmios internacionais que nunca pôde receber
pessoalmente, disse sentir-se como em um "sonho", mas com um "sabor
agridoce" pelas limitações migratórias que persistem em seu país.
"Estou
muito feliz, embora com essa sensação do corredor de 110 metros com
barreiras que chega esgotado, suado e até machucado, mas que no final
ganha a corrida. Venci uma pequena batalha pessoal, jornalística, cidadã
e jurídica", manifestou.
No
entanto, lamentou que a reforma migratória ainda não contemple o fato
de entrar e sair de Cuba como um "direito inerente, pelo mero fato de
ter nascido nesta ilha. Isso é uma grande limitação".
Yoani
Sánchez saiu hoje de Cuba, mas para voltar a seu país dentro de algumas
semanas sem medo que as autoridades não a deixem retornar: "Eu reúno
todos os requisitos legais para o retorno".
Nos
últimos anos, a autora de "Geração Y" foi uma das vozes que mais
denunciou o que ela denomina como "absurdo migratório" de Cuba, onde
sair do país legalmente requeria a permissão das autoridades e de
embaraçosos, caros e restritivos trâmites.
A
maior parte dessas limitações foi suprimida com a reforma que entrou em
vigor no último dia 14 de janeiro e agora só é necessário ter o
passaporte em dia e o visto que exigir o país de destino para viajar ao
exterior.
No
entanto, algumas restrições foram mantidas, já que, por exemplo, podem
ser negados passaportes por razões de "interesse público" ou "segurança
nacional", e para determinados profissionais considerados "vitais" para o
país é necessária ainda uma permissão especial das autoridades.
Nas
últimas semanas, o Governo concedeu passaportes a críticos como Yoani e
dissidentes como a líder das Damas de Branco, Berta Soler, mas não os
autorizou para políticos que foram libertados nos últimos anos e cujas
penas seguem vigentes.
"Tenho
alguns amigos que não poderão sair por múltiplas razões: porque não
lhes outorgaram o passaporte ou porque são prisioneiros da 'Primavera
Negra'. Também há outros que não têm os recursos para viajar", destacou
Yoani.
Em
seu caso, a famosa blogueira se despedirá dos anos de negativas com uma
grande viagem que começará no Brasil, onde cumprirá uma apertada agenda
que inclui conferências sobre liberdade de expressão e direitos humanos
assim como a apresentação do documentário do cineasta Dado Galvão
"Conexão Cuba-Honduras".
Outros de seus destinos serão República Tcheca, Alemanha, Suécia, Suíça, Itália e Espanha.
Yoani
Sánchez também visitará México, Peru e Estados Unidos, onde dará
conferências em várias universidades e visitará as sedes do Google e do
Twitter.
Além
de reivindicações pela normalização migratória, outro pedido constante
de Yoani Sánchez é por um acesso livre à internet, cujo uso particular
em Cuba está fortemente restrito.
Por isso um de seus desejos nesta viagem é "navegar pela internet sem censura e sem ter de pagar US$ 6 por hora".
"Sem
que ninguém olhe sobre minhas costas para saber em que site estou
navegando", disse a blogueira, que é uma ativa usuária do Twitter, que
acessa através de um telefone celular.
Após
a flexibilização migratória, a blogueira lembrou que em Cuba ainda
restam muitas reformas pendentes, como a descriminalização da
divergência, a liberdade de expressão e associação ou a permissão para
criar meios de comunicação livres e independentes.
"Há muitas reformas pela frente, acho que as mais importantes estão no
campo político, onde quase nenhum passo foi dado", concluiu.
REFLEXÃO
: Se nada for feito, o nosso país caminha para ter o seu Estado
aparelhado e amordaçado, coisa que já existem em alguns níveis da
política, sito a comissão da verdade que é um triste exemplo desses que
se tem em Cuba. Podemos citar as Forças Armadas por exemplo, há mais
de 13 anos sem reajuste salarial e não há uma voz que saia com uma justa
defesa e exigências de cumprimento da Constituição Federal, tudo
reservado como Direito pela regra da LDO, como instrumento que determina
as reposições naturais às perdas salariais ao começo de cada ano em
data básica de cada categoria, agora imaginem 13 anos sem cumprir essas
ordens constitucionais.
O
Brasil não pode ser mais cúmplice de uma ditadura paternalista, de
irmão para irmão, que nada se trata de opção ideológica, pois existe
capitalismo em Cuba que funciona muito bem para a burocracia próxima. O
Brasil se quiser ser respeitado como uma democracia emergente e
confiável deve ser duro no discurso e restringir relações com países que
desrespeitam direitos humanos, independente de interesses econômicos.
Isso é uma questão de ética, de respeito ao povo cubano, que é para ele
que o Estado deveria existir, e não para mantê-los numa República
pseudocomunista contra sua vontade. Pensem como pensem, no entanto, não
obriguem o mundo a calar sobre estes desmandos. O Estado brasileiro não
mais pode ser conivente com esse Estado de Exceção persistente em Cuba. A
estratégia é ser indiferente. Uma vergonha fingirmos que está tudo bem
na "Ilha de Castros". Mas não há necessidade de embargos, a população
seria a mais prejudicada. Não podemos mais mostrar os dentes para esse
absurdo.
Autor. Igor O. Fonseca
Exame.com
Postado pelo Lobo do mar
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