Por Cardoso Lira
Penitenciária federal será construída em São Sebastião, mesma cidade onde está o Complexo Penitenciário da Papuda | Foto: Divulgação
“Será a porta de entrada no sistema penitenciário federal”, diz o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Augusto Rossini. Ele garante que, sem privilégios por distinção de classe, todos os detentos receberão o mesmo tratamento do governo federal e serão abrigados seguindo critérios definidos pela justiça. No caso de presos estaduais, a decisão será compartilhada por um juiz estadual e outro federal.
Rossini sustenta que o quinto presídio federal centralizará o processo de inclusão no sistema e economizará custos, já que todos os meios de locomoção para deslocamentos, como aviões
da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Federal, estão baseados em Brasília.
A separação evitará, por exemplo, que durante o banho de sol um deputado ou outro detento que se enquadre na clássica definição de autoridade (delegado, juiz ou um militar) ocupem o mesmo espaço de criminosos comuns. Nas penitenciárias que atualmente abrigam autoridades, quando está fora da cela, um único detento acaba ocupando uma ala inteira para não ficar junto com outros criminosos.
Uma prisão para autoridades é também uma adequação do sistema prisional aos novos tempos de combate a corrupção envolvendo políticos e funcionários públicos graduados, contingente que vem aumentando com a ofensiva do Ministério Público e Polícia Federal contra os desvios na administração pública. A falta de espaço adequado, nos casos de presos da elite, no passado era usada como argumento nos pedidos de relaxamento de prisões.
Com previsão de início para o final de 2013, a nova cadeia federal será construída em São Sebastião, Cidade Satélite onde está instalado o complexo da Penitenciária da Papuda, em Brasília. Terá 208 vagas, divididas em quatro alas com celas do mesmo tamanho. O projeto, segundo o Ministério da Justiça, não tem relação com o julgamento do mensalão, que deverá levar à prisão 25 condenados, sete deles em regime fechado, entre os quais estão o ex-ministro José Dirceu e o deputado João Paulo Cunha (PT-SP).
O destino dos sentenciados será definido pelo ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal. Caso ele decida que os presos devam ir para uma penitenciária federal, as quatro em funcionamento - Porto Velho (RO), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Catanduvas (PR) - têm atualmente capacidade para absorver, já que 40% das 832 vagas estão abertas.
As informações são do repórter Vasconcelo Quadros, do iG
Postado pelo Lobo do Mar
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